Em seu castelo você fez dela sua princesinha perfeita. Talvez esperasse ou achasse que ela havia nascido no momento em que te conheceu, que outros amores não teve e que seu único amigo seria você!
A verdade sempre te irritou e ao sair do castelo você via a realidade da vida. Um passado com outros amores, um presente cheio de amigos que também queriam atenção, e o futuro nesse momento se desfazia na sua cabeça.
Mas o que você realmente queria? Até hoje ela não consegue entender. Ela te deu o melhor! Não digo nem que tenha sido amor, às vezes até ela duvidava. Ela te deu todos os pensamentos e olhares involuntários que possuía e as mais belas palavras que de seu coração já saíram.
Em seu castelo ela foi a ratinha do café da manhã, a espaçosa que queria dormir te abraçando, mas que sempre te fazia desistir e ir dormir no chão. A dona das mãos que desarrumaram sua escrivaninha e que você teve o maior prazer de arrumar.
Lá, no seu castelo, ela se sentia unicamente importante, como se por encanto aquelas paredes e poucos moveis tivessem o poder de traduzir pensamentos e palavras. Sim!!! Porque vocês realmente falam línguas diferentes.
Ela não queria ser sua única amiga, nem que a casa dela fosse sua única opção na sexta à noite, tão pouco queria tomar seu tempo de estudos. Ela queria ser sua melhor amiga e que você fosse o dela, queria que você tivesse muitas opções para a sexta-feira a noite e que fizesse questão de ela esta do seu lado em todas elas e principalmente rezava e ainda reza todos os dias para que seu esforço não seja vão.
Mesmo sem ter certeza do que quer de você hoje, mesmo você ainda entendendo tudo errado e fazendo tudo errado também, mesmo seguindo em frente sem arrependimentos, às vezes, assim de vez em sempre, quase que como um ritual noturno, como um sonífero, ela se pega voando em seus pensamentos, pensando em como teria sido se tivesse existido.
Pensa nos erros que cometeu e sempre conclui que seu erro foi mostrar ou dizer amar sem agir como quem ama, com um medo real de se entregar. E se irrita ao concluir que vocês temiam exatamente a mesma coisa... Amar mais do de pretendiam de novo!
Talvez ela seja prepotente ao imaginar que esse amor seria inevitável. Mas aquele seu olhar que no espelho refletia o dela, aquele abraço que matava o frio e acalmava, aquela loucura que ultrapassava compartimentos, ate o castelo concorda em sua fria indiferença e condição de simples tradutor (ou seria mágico?)... Não podia ser mentira!
Hoje ela procura seu próprio castelo, talvez ela encontre um pra ela perfeito, com outro tipo de magia, talvez um que traduza seus sentimentos.
Não te vê, não tem noticias, mas às vezes ela ainda sente e tenta esquecer ao lembrar que hoje em seu castelo uma nova princesa habita.