Desde o começo aquela noite se mostrava tranquila.
Ela tomou um banho frio, para acalmar o calor da cidade e deitou-se na cama com
o ventilador ligado... naquela noite, ela não tinha pressa, não queria cobrança
nem ao menos do tempo que passava devagar.
Quase na hora combinada ela se levantou, se
perfumou, passou um batom da sua cor preferida e saiu para aquela noite linda
tranquilamente sem ao menos pensar nos perigos da cidade. Ela estava exatamente
onde queria, indo de caminho para estar com quem desejava. Não havia nenhuma
cobrança e nem necessidades opostas as suas. Era só ela, a noite e o seu
caminho.
Quando chegou na casinha de muro baixo, estavam
os amigos que ficariam eternizados naquelas fotos, naqueles papos e em algum
texto que acabou esquecendo numa gaveta. Ela estava num lugar simples, com
pessoas como ela, com sede de compartilhar ideias e ideais. Uns com cerveja,
outros com vinho, uns com careta na mão, outros com aquele solto natural, ela
tinha um copo d’água, mas jamais sentira-se tão embriagada de energias positivas
e de esperanças.
Ela estava lá e sair dali lhe devolveu a
realidade do tempo e lhe fez sonhar a noite inteira que a liberdade poderia ser
plena e eterna!