O tempo passa rápido. Pensei na minha infância tão distante, tempo onde tudo parecia simples e bonito!
Naquele tempo, passadas as primeiras chuvas, que dizia minha avó que dava gripe, era comum que muitas crianças que moravam na mesma rua que eu, implorassem a seus pais para que eles as deixassem tomar banho de chuva e a maioria terminava por deixar. Naquele tempo não lembro de ouvir falar em sequestro. Era uma festa! No Ceará tempo de chuva é tempo de alegria e brincadeiras (meu respeito as pessoas que não tem onde morar e a chuva acaba piorando tudo). Então quando chovia muito se formavam uns rios na beira das calçadas, na esquina da rua que eu morava (e moro até hoje) se formava uma corredeira enorme, então todas as crianças faziam barquinhos, podia ser caixa de fósforos, folhas de árvores ou aqueles de papel, todo mundo colocava lá, pra serem levados pela correnteza. Ganhava o “barquinho” que caísse primeiro na boca de lobo, já perto da rua de baixo. Todo mundo ia correndo atrás dos barquinhos.. Tão bom! Era minha brincadeira de chuva preferida.
Naquele tempo não tínhamos problemas em entupir a boca de lobo, se alagasse era porque simplesmente tinha chovido demais. Não era ruim ter frieiras, frieira naquele tempo significava uma coceirinha gostosa de esfregar na rede. Pedofilia? Não! Naquele tempo as crianças brincavam só de calcinhas e cuecas enquanto as mães estavam lá dentro fazendo o almoço. Os ignorantes são mais felizes. As crianças também.
Quanta saudade eu sinto daquele tempo e quanta preocupação eu tenho com meu filho que ainda nem foi gerado.
KarineGadelha&MayaraMader
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